Em Monstros,
de Gustavo Duarte, nos deparamos com uma invasão dos mais terríveis, grotescos
e gigantescos monstros na cidade de Santos, em São Paulo. Como toda história de
invasão e destruição de uma cidade por seres bizarros que saem dos mares tem um
herói, nesta história não poderia ser diferente: o velho Pinô, dono de bar,
pescador e famoso contador de casos da baixada é o protagonista dessa epopeia
brasílica que marca a batalha do velho pescador contra as aberrações dos sete
mares.
A narrativa
de Os Monstros é encantadora e nos prende do começo ao fim. Contudo, há um
detalhe importantíssimo nesta obra: trata-se de um quadrinho sem texto escrito.
Isso pode parecer estranho em um primeiro momento - para os leitores menos
encantados com o gênero pode até soar um tanto quanto desestimulante gastar
dinheiro em um livro que se lê em uma sentada - mas aí vai a dica de quem gosta
muito de arte e quadrinho e tem uma propriedade mediana para analisá-los: eu
recomendo que em cada quadro desenhado por Gustavo Duarte se perca em média de
cinco a dez segundos. A demora em cada quadro lhe garantirá a sequenciação
narrativa de um filme à moda invasão de Tóquio! - além de fazer sua leitura
durar mais e te impulsionar a repeti-la mais de uma vez, para retomar o transe
que te leva a obra e a meditação sobre a obra. Você constrói o suspense da
leitura a partir do ritmo que dá a ela, sendo devagar, apreciador de cada
detalhe. O interessante também é que apreciando cada quadro, você observa a
riqueza dos detalhes de cada descrição ilustrada pelo quadrinista de pontos
reais da cidade de Santos sendo invadidos pelos monstros gigantes. Quem conhece
a cidade, ficará maravilhado com a forma com que cada detalhe dos locais
escolhidos pelo quadrinista foi adaptado à sua obra.
Vale a pena
cada centavo gasto em Os Monstros, de Gustavo Duarte. Vocês encontram o livro
nas grandes livrarias e eu comprei o meu no Espaço Geek da Livraria Cultura. Leiam
e divirtam-se!
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