quinta-feira, 20 de junho de 2013

MARSHALL BERMAN... TUDO QUE É SÓLIDO DESMANCHA NO AR... MARX... AUTODESTRUIÇÃO RENOVADORA!!

Em Tudo que é sólido desmancha no ar, Marshall Berman realiza um ensaio histórico e literário da sociedade e da cultura dos séculos XIX e XX. Ele se vale da crítica literária, das ciências políticas, da arquitetura e urbanismo, para tecer argumentos críticos acerca das obras Fausto, de Goethe, o Manifesto do Partido Comunista, de Marx e Engels, os poemas de Charles Baudelaire, a ficção de Dostoievski até chegar nas produções literárias de vanguarda dos anos de 1980.

A obra de Marshall Berman me ajudou a entender muito bem o marxismo. Baseado no lema Tudo que é sólido desmancha no ar, o autor defende uma autodestruição renovadora nas artes, na política, nas práticas sociais. Defende a ideia de que tudo que se solidifica em um tempo, tende a desmanchar no futuro. Assim são e foram as ideologias que fizeram parte de nossa formação cultural e ideológica e que nós temos muitas reservas em não renová-las. Todas as revoluções e manifestações aconteceram dentro de um contexto específico que não se repete. Podem muito bem se assemelhar e aí o autor defende a necessidade de renovação, de destruição renovadora do passado, aproveitando o que dá para aproveitar. Assim caminhamos, historicamente, até chegarmos na sociedade de hoje.

Em Tudo que é sólido desmancha no ar, conseguimos perceber o processo histórico da formação social. Os benefícios da sociedade capitalista e a necessidade de mudança dessa sociedade paulatinamente. Ainda, o autor propõe uma visão pós-moderna das teorias marxistas, pautadas na reformulação de conceitos, visando sempre um bem comum. Dentre as passagens que mais me chamaram atenção, segue abaixo:


´´´Neste ponto caberia perguntar: não existem já interpretações de Marx em número mais do que suficiente? Será que realmente precisamos de um Marx modernista, outro espírito afim de Eliot e Kafka, de Schoenberg e Gertrude Stein e Artaud? Eu penso que sim, não apenas porque Marx aí está, mas porque tem algo distinto e importante a dizer. Com efeito, Marx pode dizer-nos do modernismo tanto quanto este nos diz do próprio Marx. O pensamento modernista, tão brilhante e iluminador do lado escuro de todos e tudo, vem a ter os seus próprios e reprimidos cantos escuros, sobre os quais Marx pode fazer incidir nova luz. (...)´´


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