Nossos instintos são tão fracos
Que nem meu reflexo eu percebo
Observo em meu retrato
Anos de desassossego.
Solidão, não me deixe
A companhia de minha sombra
É um cabide a apoiar meus vestidos.
Eu preciso de um corpo, sim.
E quem é que não precisa?
Mas solidão não me deixe,
Mesmo nas horas íntimas,
De acompanhar-me eternamente.
Vidros e vidraças são feitos para serem quebrados.
Estilhaça-me coração de papel,
Veja, a pele envidraçada,
O que tenho a oferecer
Nada!
Rompa-me e me corrompa,
Mas solidão não me abandone!
NADA...
- Ricardo Celestino
(um dos poemas do pseudo livro, ainda em .doc no meu computador, O Homem Engarrafado! rs)
Seguindo ainda a idéia de que as pessoas se engarrafam o tempo inteiro, permanecem enclausuradas e fechadas e parece que o mundo moderno é quem emancipa essa coisa toda. A rotina, as decepções, os altos comparados com os baixos, acabam empedrando nossos corações e aí, no fim de tua vida, ualá gênio engarrafado! Todo o conhecimento e tua história consumida e você preso naquela garrafa sem desfrutar de nada, nada, nada, nada, nada.
- Ricardo Celestino, despedindo-se de seu inferno astral em contagem regressiva.
Um comentário:
Homens engarrafados em sua alienação, mais que em suas emoções ou em seu aspecto psicológico. É a conseqüência do modo capitalista de organização social que assume novas formas e conteúdos em seu processo dialética de separação e reificação da vida humana.
Coloca esse meu blog na sua listinha de links ;)
Coisinha fofa de Jesus.
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