Cada vez mais eu vejo a distância,
Pessoas caminham em primeira pessoa,
olhando os próprios pés.
Eu olho meus pés.
Eu estou fechado na cidade de São Paulo
e isso já é o suficiente para que eu diga que
o sinal está fechado na cidade de São Paulo.
As pessoas são ilhas
e cada ilha na cidade é uma conversa,
é uma idéia, é uma gaveta,
de ilhas totalmente isoladas.
Cultura, política e sociedade,
Grupos cada vez mais individuais.
Quando vejo alegria,
E a semelhança de uma comunidade,
Inverdade!
Cervejadas ilhadas de risadas.
Almas penadas e coitadas
desfrutando um calor humano
pra não morrer de fome e frio no mar negro da cidade.
- Ricardo Celestino
Um comentário:
Muito bom!
Gostei do poema.
Andamos feito ilhas por aí mesmo, com os vidros fechados... Se pudéssemos, andaríamos até com os olhos fechados, algumas vezes...
Abraço.
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