Vou à bica, à bica
Desta água eu irei beber
Vou à bica, à bica
Consumir-me ao meu próprio prazer
Desculpe meu amigo, mas eu não vou te acompanhar
Minha bica fica longe, ela está em outro lugar
Se tu bebes desta água, sinto não poder beber
O consumo de nós dois é o que nos faz sofrer
Se o trabalho suado te faz repudiar
Vá a bica neste horário, estarei em outro lugar
Sofrendo e bebendo doutras águas não de fruta
Espero te encontrar no final desta luta
Vou à bica, à bica
Desta água eu irei beber
Vou à bica, à bica
Consumir-me ao meu próprio prazer
E teu corpo magro foi por causa destes mares
Quando eu te encontrei, quase não cruzei olhares
Não senti vergonha, tu és meu companheiro
É que não te reconheci como o Gabriel Monteiro
Seus olhos de opacos só enxergava vazis,
Dizem que não pensa mais nas lutas do país,
E se indiferente isto tudo é pra você
é por que na bica você encontrou o seu prazer.
Vou à bica, à bica
Desta água eu irei beber
Vou à bica, à bica
Consumir-me ao meu próprio prazer
Ah em teus lábios, o destino de tua ida,
Em toda essa jornada, não vê o que fez da vida?
Teu corpo formoso, lutava feito um lutador
Agora de tão fraco, os braços refletem tua dor
Seus olhos cor de mar, foram convites às gurias
Mas no dia em o que os reencontrei, eram apenas gotas tão frias
Seu aperto de mão, que outrora fora forte
Naquele nosso encontro marrecou em curto trote
Vou à bica, à bica
Desta água eu irei beber
Vou à bica, à bica
Consumir-me ao meu próprio prazer
Não é que esteja errado, não posso te cobrar isto
É que despensas esforço,ao viver a próprio risco
Sei que continuas um grande homem forte
E espero não saber do momento de sua morte
Se nos encontramos, foi por puro acaso
Sonho em te encontrar um dia fora deste vaso
E se deste prazer, tu morreres de felicidade
Saiba que mesmo assim, és um amigo de verdade
Vou à bica, à bica
Desta água eu irei beber
Vou à bica, à bica
Consumir-me ao meu próprio prazer
- Ricardo Celestino
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